Quando sonhamos, somos
transportados para um outro mundo??
Segundo essa obra, sim. Existem quadrinhos
que, de tão originais, chegam a ser inacreditáveis. E é exatamente sobre isso
que se trata a obra. O inacreditável ganha força e sugestão tão palpável, que
até podemos misturar um pouco de ciência com magia, sem parecer estranho. Algo
que transcende a viagem no tempo e o que conhecemos como nosso mundo. Alias, o
tecido da realidade é fino e nessa obra, descobrimos o quanto. Sou muito fã de
quadrinhos de qualidade, e não me importo se são sobre personagens consagrados
ou não. Aqui, os heróis são tão humanos quanto eu ou vocês, que estão lendo
este post. É uma obra perturbadora, impactante e muito política, afinal as
referências estão lá (se vocês souberem onde olhar). No final, não tem nada
sobre religião, física moderna, ficção científica ou guerra. Tem haver com luz
e trevas. Tem haver com amizades. Tem haver com viver.
Nosso personagem principal se
chama Lazarus Jones, um veterano da guerra do Vietnã. Como se isso já não fosse
ruim o suficiente, ele é também aleijado. Foi obrigado a sair da guerra, quando
perdeu suas pernas. Essa época específica da história dos USA não é bonita. Os
soldados que lutaram na guerra do Vietnã, tiveram um retorno difícil e foram
bastante hostilizados pelas pessoas na época. Filmes como Rambo ( o primeiro,
pelo amor de Deus!), mostraram que nessa época a aceitação aos veteranos era
difícil. Lazarus, apesar de ter voltado, ainda pensa sobre seus amigos que
perdeu no campo de batalha. Sonha com eles e às vezes, sente a presença deles. Realmente,
foi uma época difícil. Lazarus seguiu o caminho que muitos veteranos seguiram
nessa época. Entregou-se as drogas e ao álcool, negligenciou sua família...
Neste ponto da história, ele sofre um acidente de carro e fica entre a vida e a
morte. Em coma, seu espírito vaga para uma realidade diferente, um mundo
eternamente em guerra. E lá, encontra seus amigos do antigo pelotão, ainda
lutando pela Luz. Óbvio que Lazarus se une a eles.
O grande inimigo é um ser que tem
por finalidade romper a película que separa os dois mundo, e para isso, este
ser, conta com aliados, tanto do lado daqui (do nosso mundo!), quanto do lado
de lá. A missão dos soldados da luz, é impedir que ele tenha sucesso.
Basicamente o que ocorre em uma guerra tradicional, perceberam? Territórios.
Gente querendo entrar, gente impedindo a entrada. Claro que a história não é só
isso. Não vou dar spoilers, mas posso dizer que no reino da Luz, a pessoa mais
influente é um tal de Leonardo Da Vinci, que foi o responsável por descobrir as
várias utilizações da energia que alguns alienígenas conseguem manipular. E
temos também, Nikola Tesla (famoso físico), que discorda de Da Vinci sobre
determinados assuntos, ganhando a inimizade do inventor. O que eles estão
fazendo por lá? Só lendo amigos. Não posso falar mais sobre a trama, pois cada
coisinha que eu mencionar a mais, vai estragar a surpresa de vocês em
determinados momentos.
Por fim, além de recomendar esta
obra para todos os fãs dos quadrinhos de qualidade, devo acrescentar uma coisa.
Recentemente (não tão recente assim...), criou-se uma polêmica sobre essa obra
e o filme Avatar, de James Cameron. Para as pessoas que leram essa obra, iram
notar as várias semelhanças com os protagonistas e a maneira como a trama se desenrola.
Não é mera coincidência. Essa obra teve seus direitos comprados, por uma
produtora para uma possível adaptação cinematográfica. Todavia o projeto não vingou.
O roteiro foi escrito pelos próprios criadores da obra, Tom Veitch e Cam
Kennedy. E esse roteiro passou pelas mãos de James Cameron que elogiou bastante
o trabalho deles, isso em meados de 2000. Não pode assumir o projeto, contudo
sua obra (Avatar),tem semelhanças discretas com a obra. Nunca houve processos
de plágio nem nada, apesar de JC ter admitido que pode sim ter se inspirado na
obra de Veitch e Kennedy.
Bem amigo, vou ficando por aqui.
Espero que tenham gostado do post e espero mais ainda, que corram atrás para ler
esta obra. Uma obra de arte que saiu dos anos 80, como tantas que já mencionei aqui. Não é por nada que é o
ano de ouro dos quadrinhos (pelo menos para mim!). Procurem por scans que garanto que não vão se
arrepender. Muito obrigado pela atenção. Abraços.
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