De que é feito um herói???
Nessa cena, quase posso ouvir Rom gritando: Death.....Death. hehehehehe apesar do quadrinho ser anterior ao filme! (Nerds entenderão a referência) |
Alguns dirão que, a principal
característica de um herói é o sacrifício, ou melhor, a escolha do sacrifício.
Por esse simples conceito, podemos dizer que nem todos os heróis são propensos
ao sacrifício, entretanto aqueles que por alguma razão, colocam-se nessa situação
limite, podem ser considerados mais do que heróis, eu os chamaria de lendas. No
caso dos quadrinhos, nem sempre grandes heróis são reconhecidos como grandes
lendas. Acredito que alguns dos meus leitores são antigos consumidores de
quadrinhos e como tais, já devem ter presenciado o fenômeno de conhecer
personagens que, seja lá por qual motivo, sumiram das histórias ou simplesmente
desapareceram sem deixar vestígios. E eram personagens bons ou pelo menos,
tinham potencial para tanto. Lembro de alguns e hoje decidi escrever sobre um
deles, que durante minha infância, foi o personagem preferido do meu irmão
Chuck. Rom, O Cavaleiro do Espaço não é um personagem piegas, nem tão pouco
simplório. A proposta desse personagem era muito boa e confesso que ao reler o
que foi publicado sobre ele, além do tradicional sentimento de nostalgia,
fiquei com gosto de quero mais.
Para começar, este personagem foi
feito por Bill Mantlo e Al Milgrom, que para quem não lembra, foram muito
populares na década de 80, com muitas histórias boas. Reza a lenda que Rom era
um personagem de Comandos em Ação, um popular brinquedo de guerra dos anos 80,
com ramificações para os quadrinhos e até desenhos animados. Essa idéia não é
muito convincente para mim, ainda mais quando estamos falando de um ser do
espaço. Enfim, para efeito de conversa, o tal boneco existiu mesmo e seu nome
era uma referência a linguagem de computador COBOL, que posteriormente teria
sua nomenclatura alterada para ROM. Deixando as informações extra nerds de
lado, o personagem apareceu pela primeira vez em 1979 e aqui no Brasil, na
revista do HULK e não fez tanto sucesso como era de se esperar. Entre as
pessoas que viveram para ler, e quando eu digo isso estou falando de viver “naquela
época”, alguns gostaram outros não! Eu estou no time dos que gostaram, apesar
de meio que entender que a história em si, era muito diferente do que víamos na
época. É dessa forma que grandes clássicos surgem.
Sobre a história de Rom, podemos
dizer o seguinte: ele nasceu em um planeta chamado Gálador e tem o equivalente
a 200 anos terrestres. Seu planeta possuía uma civilização boa e muito próspera.
Eram pacíficos e elementos como guerra, pobreza ou doenças, não faziam parte do
cotidiano dos Galadorianos a uma infinidade de tempo. Como toda civilização boa
e utópica, eles conquistaram o espaço e com uma frota de naves espaciais,
decidiram partir pelo Cosmo, levando sua cultura e modo de vida (...eu conheço
essa história de algum lugar...). Tudo ia muito bem e os Galadorianos eram bem
recebidos em todos os mundos que conheciam. Até que, quando entraram em contato
com a Nebulosa Negra, conheceram os Espectros, que não eram amigáveis. Os Espectros, uma raça de seres transmorfos que se valiam de alta tecnologia e magia,
tinham o intuito de conquistar o Universo (o que mais poderiam quer, né?). Como
eu disse anteriormente, Gálador era uma raça pacífica. Não estava preparada
para uma guerra. Portanto, a frota Galadoriana acabou por ser massacrada pela
força dos espectros. Antes de morrer, o comandante geral da frota Galadoriana,
conseguiu avisar Gálador sobre a ameaça dos Espectros e valendo-se dessa
informação, Gálador pode se proteger e criar armas para combater seus inimigos.
Decididos a livrar a galáxia
destes seres malignos, o conselho de Gálador autorizou a produção de armas
definitivas contra os Espectros. Entre essas armas, o destaque vai para o
Projetor do Limbo, que não é letal, no entanto bane o indivíduo para o Limbo. É
como se fosse a arma do Superman para banir qualquer um para a Zona Fantasma,
só que em versão pocket. Além dessa arma, foram criados os Jedis, quero
dizer, Cavaleiros Espaciais que abriam mão de sua humanidade para se tornarem
agentes da paz no Cosmo e erradicar a ameaça dos Espectros. O sacrifício de se
tornar um cavaleiro não era fácil, pois aquele que tomasse essa decisão, iria abrir
mão de sua humanidade, para se tornar um ser mais máquina que homem. O
conselho, por questões de ética própria, era incapaz de pedir a qualquer
cidadão realizasse esse ato de sacrifício heróico supremo. Rom foi o primeiro a
se voluntariar. Graças a esse ato de extrema coragem e heroísmo, milhares o
seguiram e assim, os Cavaleiros Espaciais se dirigiram a Nebulosa Negra e destruíram
as naves dos Espectros.
Praticamente derrotados, os poucos
remanescentes se espelharam pelo espaço, obrigando os Cavaleiros Espaciais
a caça-los e bani-los para o Limbo. Nessa busca, que veio a se tornar
centenária, Rom (o maior de todos os Cavaleiros Espaciais), detectou uma grande
colônia de espectros na Terra (onde mais...), e então partiu para o ataque.
Claro que não ia ser tão fácil. Como eu disse, os Espectros eram transmorfos e
aqui na Terra, assumiam forma humana. Quando Rom bania um Espectro para o
Limbo, aos olhos das pessoas “normais”, o que acontecia era um assassinato,
afinal cada Espectro banido deixava um “rastro” de cinzas. Para qualquer pessoa
que não soubesse o que estava acontecendo, tinha a impressão de que o
alienígena estava desintegrando um ser humano. Isso fez com que seus atos
fossem entendidos de forma errônea, naturalmente colocando Rom em situação de
enfrentamento com autoridades e até mesmo heróis da Terra. E assim segue a
história do nobre Cavaleiro Espacial e sua tentativa de salvar uma humanidade que
não sabe que está precisando ser salva. O final é muito bom, não é tão clichê
como eu imaginava que seria. Vale muito a pena ler esta obra!
Agora, vamos a mais uma sessão de
curiosidades nerds. Quem é mais das antigas, vai lembrar de uma época que nossa
querida Tempestade (Ororo Monroe), a africana mais linda dos quadrinhos e dos
X-Men, teve uma fase onde não tinha poderes. Pois bem, aconteceu dessa forma:
Forge, o mutante inventor, criou uma versão do neutralizador de Rom, que para
quem não sabe, era capaz de anular (de forma temporária, só que até aquele
momento ninguém sabia...) poderes mutantes. Entre outras coisas, o
neutralizador também anulava radiação e efeitos que ela causava, erradicava
doenças e anulava magias. Essa versão que Forge construiu, veio a ser roubada
por uma cara do governo (que eu odiava, diga-se de passagem...) chamado Peter
Gyrich, que na intenção de anular os poderes da Vampira (velha conhecida de
qualquer fã dos X-Men), acabou por atingir Ororo acidentalmente. Froge
sentiu-se culpado e nessa época acabou tendo um relacionamento amoroso com Ororo,
que acabou por não dar certo.
Bem, para quem eu recomendo a
leitura de Rom? Não é bem o tipo de revista ou com o tipo de narrativa que as
pessoas estão acostumadas hoje. É uma obra de "outro tempo" e como tal deve ser
encarada. Para os que são fãs de quadrinhos mais antigos ou que gostam de mergulhar
na história por trás de tudo que já foi produzido pela Marvel, é uma leitura
obrigatória. Prepare-se apenas para encontrar uma arte e uma narrativa um pouco
estranha para os padrões dos quadrinhos de hoje; contudo aos que conseguirem
superar esse fato (que não é nenhum fim do mundo, For God Sake), vão
encontrar uma obra boa, com muitas referências e divertida até hoje. Não falei
aqui das referências, por considerar que seria spoilers; tendo em vista que a
parte mais interessante é identificar cada referência. Leia e descubra. Vou
ficando por aqui. Aviso que não é muito fácil encontrar as revistas (mídia
física) onde as histórias de Rom eram hospedadas. Por se tratar de quadrinhos
muito antigos e pelo fato dessas histórias estarem divididas em vários outras
revistas, como por exemplo: Incrivel Hulk, Superaventuras Marve, etc. Para
facilitar a vida de quem não viveu a época, vou deixar um link de onde se pode
baixar arquivos para ler no PC. Obrigado pela atenção. Abraços.
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