It´s a joke!!
E estas foram as últimas palavras
do nosso herói antes de ser assassinado, segundo o filme de Zack Snyder. Claro
que, nos quadrinhos, não foi bem assim que aconteceu. Porém estamos falando de
Eduard Blake, O Comediante. É provavelmente o herói (se é que dá para classificar-lo
assim...) mais impagável de todos os tempos, e provavelmente teria dito algo
assim antes do fim. “Quando se percebe que tudo é uma piada, ser O Comediante é
a única coisa que faz sentido”. Essa e outras frases dão o tom do personagem
mais odiado e cultuado no Universo de Watchmen. Quando li esta obra pela
primeira vez, achei que não fosse possível um mundo fictício ser mais real do
que estava sendo apresentado ali. Afinal, se o Dr. Manhattan estava
representando o humano que, de uma hora para outra se descobre poderoso, o
Comediante é o ser humano que simplesmente não tem nada a perder. Viver por
viver, morrer por morrer. Segundo alguns artigos que eu li sobre a guerra do
Vietnã e sobre pessoas que por lá estiveram (jornalistas e soldados), esse
sentimento de “nada mais importa” era bem comum. Com Eduard Blake não poderia
ser diferente, ainda que ele nunca tenha sido um exemplo de sanidade para
ninguém, mas afinal: Que não é um pouco louco?
Quando Alan Moore escreveu
Watchmen, provavelmente não sabia que esta obra iria ser tão cultuada e
elogiada até hoje (vivo dizendo isso, não reparem...), e provavelmente também não sabia que seus personagens se
tornariam icônicos. Quando se tem personagens tão queridos e carismáticos, como
evitar saber um pouco mais sobre eles? Antes de Watchmen está preenchendo
algumas dessas lacunas; não todas, entretanto acho que está sendo feito na
medida certa. Sabemos o que precisamos saber. Fatos e acontecimentos
importantes que, de alguma forma, transformaram os personagens ou pelos menos
causaram grandes impactos. E finalmente sai a esperada edição do Comediante,
escrita por Brian Azzarello e desenhada por J. G. Jones; e claro que fiquei
super empolgado, pois trata-se de um personagem que faz a obra de Moore ser surreal.
Não me decepcionei.
A Imprensa especializada não
gostou muito. Não entendi o motivo de tantas críticas; Azzarello me apresentou
exatamente o que eu esperava ver. Uma história bem policial, com raríssimas aparições
de outros personagens da obra de Moore e algo voltado mais para espionagens e intrigas
políticas. Claro que, por se tratar de um personagem com relevante importância
na trama, muitos (incluindo eu) gostariam de ter lido sobre muitas outras
coisas, como: o relacionamento entre ele e Sally Jupiter, como começou sua vida
de vigilante, entre outras coisas que não fora mencionadas. Só que por outro
lado entendo a decisão de Azzarello por deixar tais coisas de lado e focar na
parte mais política, como seus pequenos serviços para o governo americano. O
que nos foi apresentado, foi os últimos laços de Eduard Blake sendo cortados.
Azzarello mostra como o Comediante deixou de ser um “herói” americano e se
tornou um ser humano a parte do mundo dos seres humanos. Curioso que, na
história de Azzarello, o personagem vai para tão longe da sua própria consciência,
que agora eu consigo entender a cena onde ele conversa com Moloch, aos pés da
cama e chora. Quando você sabe parte do que ele já fez, consegue entender seu
terror e até repulsa pelo plano de Ozymandias (paro por aqui, senão é dar
spoilers). A propósito, Azzarello não esqueceu de Moloch. Ele tem uma pequena e
relevante participação.
Preciso dizer que vale a pena
comprar? Claro que vale. Como já mencionei: não sei o motivo de tanta
reclamação sobre o capítulo de Azzarello e não li nada que me fizesse deixar de
gostar do trabalho dele. Contudo, posso dizer que não foi o meu capítulo
predileto. Até o momento, meu predileto foi sobre o Dr. Manhattan. Quem é
apaixonado pelo quadrinho de Alan Moore, não vai conseguir deixar de comprar
tudo que puder sobre Watchmen. Que venha o próximo. Alias, falando em próximo,
para todos os que por um motivo ou outro ainda não compraram os primeiros
volumes, não deixe de comprar (links no final do post). Essas informações são
muito interessantes para quem já leu Watchmen, pois nos faz perceber ou melhor
dizendo, entender certas coisas de forma mais clara. O que é gritante para mim,
é que todas as pessoas envolvidas com essa série, são grandes fãs da obra
original e o respeito com os detalhes é a parte mais bacana. Respeito de fã,
que eu conheço e me identifico. Vou ficando por aqui. Obrigado pela atenção e
perdão por esse post ter demorado tanto. Abraços.
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