quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Laços... simplesmente uma história linda!

Os amigos de infância sempre são os melhores!!
E isso é uma grande verdade. Todo mundo sabe que muito do que somos hoje, muito do que gostamos ou até mesmo opiniões que temos sobre a vida, devemos à convivência com os amigos e quando esses amigos são de infância... ou seja, pessoas que literalmente viram você crescer, sempre moldam de uma forma ou de outra que você é hoje. Tenho um grupo de amigos assim, nesse assunto eu tenho certa dose de conhecimento, afinal os mesmos amigos que eu tinha quando era criança, tenho hoje. Todos vivendo suas vidas, alguns casados, outros não, alguns com filhos, outros não; são advogados, veterinários, arquitetos, pedagogos, contadores, professores, engenheiros, médicos, etc. Agora, quando falamos de amigos de infância e quadrinhos, qualquer brasileiro vai automaticamente lembrar da turma de amigos mais famosa do país e  que de uns tempos para cá, tem se tornado um sucesso no mundo: Turma da Mônica.
Como não se encantar com quadrinhos tão bem feitos e com histórias que até hoje, são um sucesso entre as crianças, geração após geração. Basicamente na Turma da Mônica temos: Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali. Esses são os principais. Com o tempo, novos personagens foram sendo acrescentados, como o Titi, Franjinha, Xaveco, Humberto, Marina, as namoradas – Cascuda (do Cascão) e Aninha (do Titi), entre muitos outros. Em uma forma de abordagem mais recente, a Turma da Mônica também está “teen”. Em estilo mangá, nossos queridos personagens que aprontaram tanto quando crianças, agora são adolescentes, crescendo e discutindo novos assuntos. É o Universo Expandido de Maurício de Souza. E como não podia deixar de ser, esses personagens tão queridos ganharam outra forma de abordagem em quadrinhos, algo mais adulto, não que esse “adulto” em questão signifique violência ou temática sexual, qualquer uma dessas coisas iria contra tudo que MS representa. Me refiro a narrativa. Nesta série de graphic novels do selo MSP, a narrativa é bem diferente do que costumamos ver nos quadrinhos tradicionais dos personagens. Trabalho lindo, diga-se de passagem.
A primeira graphic novel produzida para o selo, foi o Astronauta Magnetar. Uma obra densa e que de certa forma, nos faz ter uma abordagem bem diferente da tradicional forma apresentada pelos quadrinhos clássicos. Quer dizer, tudo bem que o cara é um astronauta e vive no espaço, explorando e conhecendo novos mundos. Só que, quando se é criança, não se faz idéia do quanto deve ser solitária essa vida. Vendo a coisa toda com olhos de uma pessoa adulta, percebe-se a real profundidade do personagem (ou todo potencial de profundidade que ele pode ter). Nesta segunda obra, novamente sou surpreendido com uma história simples e arrebatadora. Se por um lado Astronauta Magnetar me lembrou Jim Starlin, eu diria que Laços é mais para Will Eisner. Antes que alguém levante uma pedra, vou explicar de novo: não estou fazendo comparações literais. Estou apenas dizendo que, o estilo de narrativa de AstronautaMagnetar, me lembrou Starlin; assim como Laços me fez lembrar de Will Eisner, pela inocência que está ali presente, sem parecer infantil demais.
Sobre a história, é mais ou menos isso (sem spoilers): a turma de amigos que conhecemos tão bem, e suas tradicionais brigas e brincadeiras e planos infalíveis. O desenho está bem diferente do tradicional, então às vezes precisamos do autor, para nos indicar que é este ou aquele personagem. Tudo ia bem, quando uma tragédia acontece. Floquinho, o cachorrinho do Cebolinha, perde-se no mundo e a turminha se vê em uma situação diferente de todas. Eles têm diante de si um drama real, que vai além de qualquer brincadeira que já tiveram. Ficam arrasados em ver o estado de Cebolinha; então, como forma de ajudar o amigo, decidem se unir, procurar e achar Floquinho. E é disso que se trata a história. A busca inocente porém necessária de Floquinho, além de demonstrar que apesar das brincadeiras, o laço entre os amigos é mais forte que tudo.
Como eu disse, a história é belíssima, bem escrita, bem desenhada. Para os nerds mais atentos, essa história vai ativar memórias antigas de um filme espetacular chamado Stand by me. Não, amigos não é igual, nem remotamente igual ao filme, só que algumas cenas são claramente uma homenagem ao filme. Como eu disse, é uma obra linda. Recomendo para qualquer pessoa que um dia leu Turma da Mônica e recomendo principalmente para os mais saudosistas, que sentem falta da boa idade. Sei que o tempo não para; Cazuza gritou isso em alto e bom tom durante toda minha adolescência. Mas nos quadrinhos, bem como nos livros, podemos nos permitir ir para outros lugares/mundos/dimensões. Permita-se embarcar com essa turma de amigos e sonhe. Afinal, quem nunca sonhou viver aventuras fantásticas com os amigos quando era criança?
Bem caros leitores, vou ficando por aqui. Recados da paróquia: aí embaixo do post eu estou deixando o link para você comprar na Panini ou pela Comix. Se puder, compre de olhos fechados. Amanhã, se tudo der certo, finalmente estará aqui o post mais cobrado ultimamente; Antes de Watchmen: Comediante. Aguardem que vai ser 10. Obrigado pela atenção. Abraços.


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