quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Neverwhere...Neil Gaiman nos apresenta a Londres Abaixo!



Muitos conhecem Londres, mas poucos conhecem a Londres abaixo de Londres!!
Novamente e com muita alegria, trago mais uma obra do mestre Neil Gaiman. Dessa vez, nada ambientado no mundo de Sandman, ou talvez sim, afinal todos os mundos passam por um momento ou outro pelo reino de Morpheus. De qualquer jeito, essa obra em questão é uma fantasia maravilhosa, que possui versões em livro e quadrinhos e é claro que eu vou falar da versão em quadrinhos (apesar de ter lido o livro também); todo mundo sabe que é a mídia que fez Gaiman ser conhecido no mundo todo, nada mais justo do que prestigiar esta forma de arte que vem formando leitores a sei lá quanto tempo.
Para quem já está acostumado com as obras e o estilo do autor, vai entrar no clima rápido. Em lugar nenhum, temos o típico homem comum, com sua vida comum e seus problemas comuns, sendo arremessado contra sua vontade em um mundo onde as aventuras são mais do que possíveis, são reais. A magia e a fantasia nos mostram como o mundo chato e ordeiro de Londres, esconde o imprevisível. Sou um grande leitor de literatura fantástica, e apesar de não trazer muitos livros para cá, afinal a grande procura dos meus leitores é por quadrinhos, sempre coloco referências pontuais de tudo que eu já li, e de tudo que eu já absorvi a respeito de literatura fantástica. Em Neverwhere, Gaiman penso que bebeu muito na fonte de C. S. Lewis; o Mercado Flutuante, que acredito ser uma verdadeira entidade no livro, é uma verdadeira fonte de novas aventuras e possíveis histórias. Isso acaba por ser uma marca registrada de Gaiman; ele sempre deixa um gosto de “quero mais” em tudo que escreve, dessa forma, ao introduzir o Mercado Flutuante, ele cria uma “desculpa” para apresentar eventuais novos personagens, para eventuais novas aventuras. Isso é uma coisa que vemos na obra de Lewis, a gama de possibilidades de novas histórias.
Vamos ao que interessa. Nessa história específica, somos apresentados a Richard Mayhew que é um cara normal, vivendo a sua vida de forma normal. Por um acaso do destino, acaba por salvar uma garota estranha que, estranhamente, atende pelo nome de Porta. Graças a isso, envolve-se em uma trama que vai muito além do que sua pobre e ordinária vida já lhe permitiu contemplar. Por intermédio de Porta, Richard conhece uma Londres que ele não sabia que existia, a Londres Abaixo, e ali também descobre que nenhuma aventura é apenas um “passeio”. Descobre que Porta é muito mais que apenas uma garota precisando de ajuda, descobre que pessoas estão atrás dela e que essas pessoas são bem perigosas, descobre que por trás das fronteiras do mundo racional, existe aquilo que a imaginação só pode sonhar que existe. Faz novos amigos e percebe que, de uma forma ou outra, nunca mais será o mesmo homem.
Neste quadrinho, que na verdade foi feito depois do livro ser escrito e conta com a adaptação maravilhosa de Mike Carey (roteiro) e Glenn Fabry (arte), é bem fiel (na medida do possível). Para quem leu apenas o livro, vai notar diferenças aqui e ali, e isso é mais do que normal. O ponto é que a essência da obra original está ali, e agora temos as incríveis referências visuais. Richard se encontra em uma situação onde, precisa agir de maneira certa, mesmo que não seja obrigado a isso; essa é a maior característica do personagem, o fato dele ser um “Nice Guy”. Os quadrinhos conseguiram capturar a idéia de Gaiman, transformando o quadrinho em algo bem maior do que um simples Spin Off do livro. Conheci a história pelas páginas da revista mensal da Vertigo, publicada pela Panini. Alias fica a dica: Comprem Vertigo Mensal. Sem sombra de dúvidas, é a melhor revista mensal que temos hoje. Quadrinhos adultos e de qualidade. Comprem de olhos fechados. Vou ficando por aqui. Agradeço a atenção e abaixo vai um link da Comix, para quem quer ir atrás da obra. Abraços.

http://www.comix.com.br/product_info.php?products_id=6007

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