quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Antes de Watchmen: Dr. Manhattan... Kneel Before Dr. Manhattan!



O gato está vivo ou morto, dentro da caixa??
Todos aqueles que entendem pelo menos um pouco de física quântica, sabe que o gato está morte e vivo! Muito bem amigos, finalmente o post sobre Before Watchmen: Dr. Manhattan, que na minha humilde opinião, foi o mais bem escrito. Enfim, este obra tem de tudo um pouco e se a proposta de Alan Moore foi criar um personagem o mais enigmático e incompreensível possível, entender este personagem não é tarefa fácil. Porém J. Michael Straczynski conseguiu se superar. Straczynski já é um velho conhecido de todos que são fãs de quadrinhos e conhecem boas histórias. Seu trabalho com o Homem-Aranha é uma lenda até hoje, além de outros títulos da Marvel como Quarteto Fantásico, Civil War, etc. E agora, nos mostra um pouco sobre “o que se passa pela cabeça do Dr. Manhattan”.
Para começo de conversa, o quadrinho é cheio de referências. E quando eu digo referências, estou falando de ciência; mais que ciência, física quântica ou pelo menos um espectro suave. Como todo mundo sabe, matéria é tudo que ocupa lugar no espaço. Agora vamos extrapolar esse conceito e analisar TUDO; digo, em escala atômica e subatômica. Em mecânica quântica, sabemos que recebe esse nome por prever um fenômeno chamado quantização (processo de atribuição de valores discretos para um sinal cuja amplitude varia entre infinitos valores). Portanto, pelo mesmo conceito, admitimos que, na mecânica quântica, existe o operador, ou seja, o fator/ente matemático que vai estabelecer uma relação funcional (ou semi-funcional), com dois ou mais espaços vetoriais. Tenha esse conceito em mente ao ler a revista, vai por mim fará toda a diferença!
Está confuso? É para estar mesmo. Opennheimer disse certa vez: “Se em algum momento no estudo da física, você não se sentir confuso, é porque já stá completamente perdido”! Basicamente, em linguagem de gente, significa que toda vez que você se torna observador de um efeito quântico, aquilo não só aconteceu, mas todas as outras possibilidades também. Vou no clássico exemplo da caixa com o gato ou gato de Schrödinger (sei escrever essa droga de nome, mas juro que não faço idéia de como se pronuncia. Graças a Deus post de blog não tem voz!). Na verdade esse experimento mental demonstra um problema ou situação que Schrödinger notou quando analisou a Interpretação de Copenhagen sobre mecânica quântica. 
Consiste no seguinte: você coloca o gato em uma caixa, só que sem transparências, e junto com esse gato, dentro da caixa, colocamos também um frasco de veneno. Anexado, colocamos um contador gêiser que, ao ser acionado, coloca em funcionamento um dispositivo que acionará um martelo, que por sua vez quebrará o frasco de veneno no interior da caixa. Ou seja, se o contador se ativar, o gato morre. Assim como se o contador não acionar, o bicho não morre. Pergunta: o gato está morto ou vivo? Resposta: se não podemos ter certeza que algo aconteceu, partimos do princípio que todas as possibilidades aconteceram. O gato está morto e está vivo. Tal idéia está diretamente ligada ao princípio da incerteza de Heisenberg. Quando não podemos saber o estado de um corpo (entenda por corpo, qualquer coisa do universo), partimos do princípio quântico que ele está em todos os estados. Cool right?
Qual seria o motivo de tanta explicação física? Estamos falando de um personagem que é literalmente um Deus. Ou pelo menos pode fazer o que um Deus seria capaz, isso na visão infinitamente limitada do ser humano. Imagine um ser que de tão poderoso, consiga enxergar o seu futuro e passado ao mesmo tempo! Possa mudar ou reagrupar moléculas do jeito que quiser! Um ser assim pode literalmente fazer tudo (e esse “tudo” em questão, também leva em consideração a limitada visão humana do que “tudo” significa). Este personagem é Dr. Manhattan e prepare-se, nesta obra você entrará em sua cabeça. Cada explicação ou melhor, conceito neste post, vai fazer a diferença quando ler.
Vou ficando por aqui. Antes quero apenas falar sobre uma situação que me deparei ao ler esta obra específica; digo, quando você tem conhecimento prévio a respeito de um assunto que vai ser discutido ou explorado, a sua compreensão desse assunto é completamente diferente de quem não tem esse conhecimento prévio. Eu cheguei e estudar um pouco de física moderna na faculdade e minha visão sobre essa história foi influenciada, mesmo porque eu reconheci as referências que a obra aponta. Veja por exemplo V For Vendetta (outra obra de Alan Moore), quem leu apenas a história ficou alucinado de tão boa, porém quando você a lê, depois de ter lido 1984, de George Orwell, seu entendimento sobre V vai um pouco além. Com isso quero dizer que, sempre que puder leia, estude, procure referência. É uma forma excelente de quantificar sua experiência ao ler algo! Fica a dica! Aqui no final do post, vou colocar os links do Senhor Saraiva, da Comix e da Panini. Escolha um e comece sua coleção. Vale muito. Obrigado pela atenção. Abraços. 



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