Imagine
um mundo cheio de mulheres e onde você é o único homem! Paraiso ou inferno??
Apenas
Yorick Brown pode saber. Finalmente
o post sobre Y: The Last Man. Em primeiro lugar, tenho que dizer que
esta é uma das melhores obras de quadrinhos que já li. Não por esses tempos,
mas de todo o tempo de leitor de quadrinhos que eu tenho. Foram muitas obras e
poucas, bem poucas conseguiram me emocionar realmente. Uma saga do amigão da
vizinhança, nosso herói que tem contas para pagar, Homem-Aranha, me mostrou o
quanto o mundo dos quadrinhos pode ser profundo. Fiquei muito emocionado com o
final dessa saga específica, que não darei mais detalhes, pois tenho interesse
em trazer ao blog. Posteriormente, outra saga que me emocionou bastante, foi
uma do bárbaro mais famoso do mundo, Conan. Quem não se emocionou com a saga de
Bêlit, não tem coração. Uma obra do mestre Will Esneir, chamada O Edifício, me
deixou muito emocionado também e agora, Y: The Last Man se junta à lista.
Sobre
a trama, claro sem dar spoilers, temos o fim de todos os homens. Não apenas os
homens, todos os portadores de cromossomos Y. Todos, não amigos, uma pequena
aldeia gaulesa...errr quero dizer (homenagem a Asterix implícita...), enfim não
todos os homens. Eu cara sobreviveu, um rapaz de nome Yorick Brown, que vejam:
Não é nenhum gênio, nem guerreiro, nem um líder nato, nem um grande homem.
Apenas um cara normal, gente fina, cheio de problemas, financeiros e pessoais, inseguro
e muito desastrado. Sim. Este cara carrega o fardo de ser o responsável por uma
raça. A nossa raça. Dependemos desse cara para que não entremos em extinção. E é
por aí que a história começa.
Claro
que esse cara não pode fazer isso sozinho e no decorrer da história, vamos
conhecendo o mundo sem homens, ou melhor, o mundo só de mulheres. A maioria das
“engrenagens” do mundo são operadas por homens, e quando eu digo a maioria,
quero dizer não todas. O mundo voltou a girar, só que de forma lenta. Um rastro
de destruição abalou o mundo. Agora o tal “sexo frágil”, com a responsabilidade
de botar o mundo nos eixos, não se mostra tão frágil, sendo inclusive bem
perigoso, como o pobre Yorick descobre. Novas superpotências são moldadas,
alianças sendo firmadas, nos quatro cantos do planeta, as mulheres mostraram
que podem sim, viver sem a ajuda dos homens. Sabemos que elas pilotam aviões,
são comandantes, soldados, lideram submarinos, fabricam o que quiserem, são
poderosas em si. Ver um desastre desses pela perspectiva das mulheres é no
mínimo inovador.
Os
personagens são muito carismáticos e ao longo das 60 edições que eu li, você
descobre que sua opinião sobre eles vai mudando. Eles vão se tornando cada vez
mais humanos, hora são amados, ora são odiados. Em muitos aspectos, essa série
foi escrita de modo a causar esse tipo se sentimento, de humanização dos
personagens para facilitar a empatia com quem lê. Eu recomendo fortemente que
todos que puderem, leiam essa obra, corram atrás por ser de uma importância
única para os fãs de quadrinhos. É por obras assim que, de vez em quando, somos
pegos de surpresa com inovações e novas tramas que não sejam simplesmente sagas
cósmicas ou reboots milagrosos. Os quadrinhos podem sim ser tão densos e
complexos ao ponto de nos fazer pensar. Essa obra vai para minha estante dos
prediletos, junto com Fábulas, V for Vendetta, Watchmen e Sandman.
Com
toda certeza essa obra, escrita por Brian K. Vaughan marcou e muito, minha
jornada como leitor de quadrinhos. Muito se comentou sobre o fato da desenhista
oficial da série ser mulher, uma talentosíssima mulher diga-se de passagem,
chamada Pia Guerra. O autor, no entanto, disse que isso nada teve haver com o
fato de estar escrevendo sobre uma grande maioria de mulheres. Ele inclusive insistiu
que a arte de Pia Guerra foi a que mais se adequou com o que ele tinha em
mente. Opiniões a parte, a arte é fenomenal mesmo, e a maneira que as mulheres
são apresentadas só torna a obra mais linda. Com ótima história, arte de tirar
o fôlego e um final surpreendente (que por sinal me deixou bastante
emocionado...), não é por menos que ganhou prêmios e entrou com dois pés no
Hall dos eternos clássicos. O selo Vertigo realmente não para de surpreender. E
a Panini Comics surpreende ainda mais, por nos trazer a oportunidade de ler tal
obra. Vou ficando por aqui. Vou deixar o site da Panini Comics para os que
puderem investir nesta série. Obrigado pela atenção. Abraços.
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